endoscopia

Limpeza correta do endoscópio aumenta vida útil do equipamento

A limpeza de endoscópios é necessária e regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), está presente nas Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gastroenterologia e também faz parte do Projeto Diretrizes, uma iniciativa da Associação Médica Brasileira (AMB).

Continue a leitura para entender mais sobre a limpeza de equipamentos para endoscopia e como realizar esse procedimento da melhor maneira.

Créditos da imagem: Freepik

Importância da limpeza em endoscópios

Durante os procedimentos endoscópicos, o equipamento entra em contato direto com a mucosa, expondo pacientes e equipe médica a agentes (patogênicos ou infecciosos). Por isso a limpeza correta do equipamento utilizado em exames como colonoscopia, CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica) e endoscopia digestiva alta é essencial para garantir a segurança contra infecções, aumentar a vida útil do equipamento de endoscopia e melhorar a qualidade dos exames feitos por meio da endoscopia, promovendo um diagnóstico mais preciso.

A limpeza do endoscópio é uma das etapas mais importantes no processamento do equipamento, pois é por meio dela que são retirados detritos, sangue e fluidos corporais do equipamento.

Doenças transmitidas por meio da endoscopia

Durante a realização da endoscopia, existe o risco de contaminação por infecção (endógena ou exógena).

Confira a seguir alguns exemplos de doenças que podem ser transmitidas por meio da endoscopia se não houver uma limpeza adequada.

Hepatite C

É um vírus de transmissão sanguínea, que pode ser transmitido por meio do endoscópio. Isso porque, o endoscópio entra em contato direto com a mucosa do paciente e com fluidos corporais, como o próprio sangue (em casos onde há feridas no caminho do equipamento).

A transmissão pode ser feita, principalmente, devido à limpeza inadequada do equipamento.

Isso significa que, se um paciente infectado pelo vírus se submete a uma endoscopia digestiva alta e, depois, não é realizada a higienização correta do endoscópio, o próximo paciente a fazer o exame corre o risco de contrair o vírus.

Herpes simplex

É um vírus que caracteriza-se pelo surgimento de feridas nos lábios, na região próxima à boca ou na região genital do paciente.

Entre as principais características dessa doença estão: coceira, ardência ou sensibilidade no local, surgimento de pequenas bolhas agrupadas em um mesmo local, bolhas que estouram e liberam pequenas camadas da pele.

A Herpes simplex pode ser transmitida pelo contato direto com ulcerações e até mesmo pelo contato com a boca (área oral) ou os genitais de pessoas infectadas, que não necessariamente apresentam ulcerações visíveis.

KPC (superbactéria)

Ela pode ser encontrada em diversos meios: fezes, água, solo, vegetais, cereais e frutas.

A KPC pode causar diversas complicações no quadro de saúde do paciente, como pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas, enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada que, inclusive, pode levar a óbito.

A transmissão por endoscopia ocorre através do contato com secreções do paciente infectado, caso não sejam respeitadas as normas básicas de desinfecção e higiene dos equipamentos.

Limpeza correta do equipamento de endoscopia

Levando em conta que o endoscópio é um equipamento pequeno, com uma cavidade mínima, a limpeza é uma etapa crucial e imprescindível para garantir a segurança de pacientes e membros da equipe.

Mas você sabia que a limpeza do endoscópio consiste em uma série de etapas?

Etapa 1: Pré-limpeza

Procedimento realizado ainda com o equipamento conectado, logo após o término do exame.

É neste momento que o médico endoscopista deve limpar detritos macroscópicos aspirando detergente pelo canal de trabalho, ter a certeza de que o canal não está obstruído, irrigar os canais de ar e água para verificar se não há obstruções, expelir restos de matéria orgânica (sangue, muco ou outros materiais), limpar o tubo de inserção por fora utilizando gaze umedecida e verificar se na superfície do equipamento existem marcas de mordidas ou outras irregularidades.

Só depois de realizar todas essas etapas, o médico deve desconectar o endoscópio e transferir para uma sala específica para o reprocessamento.

Etapa 2: Teste de vazamento

Esta etapa é feita já na sala de reprocessamento, e deve seguir as orientações de cada fabricante.

Ele serve para conferir se os canais, ponta flexível, tubo de inserção e tubo conector estão íntegros.

Aqui, temos dois possíveis cenários:

  • Se houver vazamento, é preciso apenas limpar externamente o aparelho com compressa umedecida em água e álcool, secar os canais internos com ar comprimido e, em mala de transporte, enviá-lo para a assistência técnica.
  • Se não houver vazamento, a equipe deve seguir para a próxima etapa.

Etapa 3: Lavagem

Após verificar a ausência de vazamentos, é preciso desconectar e desmontar todos os componentes removíveis do endoscópio. Com a completa desmontagem, chegou o momento de banhar totalmente a parte externa e todos os canais internos do endoscópio com solução enzimática.

Depois disso, é hora de limpar manualmente todas as superfícies internas e externas expostas, e na sequência enxaguá-las, respeitando algumas recomendações. São elas:

  • Utilizar o detergente apropriado, diluído conforme as instruções do fabricante.
  • Irrigação e escovação de todos os canais acessíveis, peças, conectores e aberturas do endoscópio, para remoção os resíduos orgânicos (sangue, secreções e tecidos) e outros resíduos, com escova de limpeza para endoscópio.
  • Acionar as válvulas várias vezes durante toda a limpeza, para facilitar o acesso a todas as superfícies.

Etapa 4: Enxágue e secagem

O ideal é que, após o processo de limpeza, o endoscópio e seus acessórios sejam secos, antes de qualquer método de desinfecção ou esterilização.

Para secar o aparelho internamente é preciso utilizar ar comprimido e do lado de fora a secagem deve ser feita utilizando uma compressa limpa.

Produtos utilizados durante a limpeza do endoscópio

Durante todo o processo de limpeza do endoscópio, são utilizadas alguns produtos regulamentados e pré-definidos pelo COFEN, órgão responsável, entre outras funções, por normatizar e expedir instruções para uniformidade de procedimentos. Os mais utilizados no Brasil são:

Limpadores Enzimáticos

Capazes de tornar solúveis em água substâncias que não são solúveis ou têm baixa solubilidade. Não removem somente gorduras, mas também proteínas e açúcares.

São biodegradáveis, neutros, concentrados, não contém oxidantes, com ação bacteriostática e portanto não promovem desinfecção.

Desinfetantes

Atualmente, são vários os tipos de desinfetantes utilizados em hospitais. Alguns deles são: álcool, compostos de cloro, formaldeído, glutaraldeído, peróxido de hidrogênio e compostos de amônia quaternária.

É preciso rigor na hora da seleção de qual desinfetante utilizar para realizar a limpeza dos endoscópios e tornar sua utilização segura e eficiente.

Glutaraldeído

Esse é um tipo de desinfetante de alto nível, utilizado em materiais semicríticos. Normalmente, é utilizado como um desinfetante de alto nível em equipamentos médicos como endoscópios, equipamentos de terapia respiratória, dializadores, transdutores, equipamentos de anestesia e hemodiálise.

Acessórios para a limpeza do endoscópio

Alguns detalhes podem tornar o processo de limpeza do endoscópio mais rápido, seguro e eficiente. Que tal conhecer alguns deles?

Bacia de desinfecção para endoscópios

Projetada para otimizar o processo de limpeza, reduzindo o consumo de saneantes. Com uma curvatura adequada para endoscópios e colonoscópios, ela oferece segurança e eficiência no manuseio e armazenamento dos equipamentos.

Confira mais detalhes do produto clicando aqui.

Escova de limpeza para endoscópio

A escova de limpeza de canal de trabalho de endoscópio é um instrumento essencial para a manutenção e higiene dos endoscópios.

Na Kondmedical, trabalhamos com as escovas de limpeza da Jiuhong, que possuem ponta dupla e design descartável, ideais para uma limpeza eficiente e segura dos canais de trabalho.

Por ser um material de uso descartável, a possibilidade de infecções cruzadas é nula, garantindo a segurança dos pacientes.

Limpeza correta do endoscópio para aumentar a vida útil do equipamento

A limpeza é um dos pilares de todo um processo de manutenção preventiva do endoscópio e contribui para que haja maior qualidade nas imagens, biossegurança e precisão do diagnóstico.

Ao realizar a manutenção preventiva do endoscópio, além de prevenir infecções é possível também evitar a ocorrência de falhas e danos que possam comprometer sua funcionalidade.

Se essa manutenção preventiva não for realizada da forma correta, pode acelerar o desgaste e a deterioração do endoscópio, reduzindo sua vida útil.

Exames de endoscopia mais seguros

A limpeza adequada dos endoscópios é essencial para garantir a segurança dos pacientes e prolongar a vida útil dos equipamentos.

A falha na limpeza e desinfecção dos endoscópios pode levar à contaminação cruzada, transmitindo microrganismos entre os pacientes. Isso pode resultar em infecções graves e comprometer a qualidade dos atendimentos.

Você que é gastroenterologista está convidado a acessar nosso site e conhecer nosso catálogo completo de produtos para endoscopia, que vão tornar sua prática médica ainda mais eficaz e segura.

Limpeza correta do endoscópio aumenta vida útil do equipamento
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